Você já ouviu falar do El Niño? Esse fenômeno climático tem mais influência na sua vida do que você imagina, especialmente quando o assunto é a conta de energia. Ele pode aumentar o risco de secas e, ao mesmo tempo, trazer grandes volumes de chuva em regiões diferentes do país.
Vamos desbravar juntos os mistérios dessa onda climática e entender como ela pode mexer com o nosso bolso?!
O que é o El Niño?
O El Niño é um fenômeno que acontece no Oceano Pacífico, provocando um aquecimento acima do normal na região da Linha do Equador. Esse fenômeno se estende por toda América do Sul até o meio do Pacífico. Ele geralmente ocorre no segundo semestre e as águas ficam pelo menos 0,5°C acima da média por uns seis meses, podendo durar até dois anos.
Apesar de não possuir um cronograma fixo, o El Niño pode provocar o clima regional e global, alterando os padrões dos ventos, modificando o regime de chuvas em baixas e médias latitudes.
Quais os impactos do El Niño no Brasil?
Nas várias regiões do Brasil, o El Niño deixa sua marca de forma distinta. Enquanto algumas áreas enfrentam secas intensas, como o Norte e o Nordeste, outras são inundadas por chuvas torrenciais, como o Sul e o Sudeste. Isso não apenas desafia a infraestrutura local, mas também exerce uma pressão significativa sobre alguns setores, incluindo a agricultura e a energia elétrica.
Mas em 2023, as coisas estão diferentes já que essa onda de calor tem assustado especialistas. Isso porque as temperaturas estão até 6°C acima da média, o que ligou o alerta para o que chamam de possível “Super El Niño”.
Impactos diretos na conta de energia
O aumento recente de 6,2% no consumo de energia elétrica, registrado pela CCEE, aponta para uma tendência alarmante. A forte influência do El Niño pode estar por trás desse aumento significativo, já que a média de temperatura cresceu em quase todos os estados brasileiros, influenciando diretamente no consumo elétrico das pessoas, especialmente com os aparelhos climatizadores e de resfriamentos de alimentos.
Tem também o lado das tempestades intensas, provocadas por esse aumento de temperatura, e os demais eventos climáticos extremos. Isso não apenas eleva a demanda por energia, mas também podem resultar em danos à infraestrutura elétrica, potencialmente aumentando os custos gerais.
Consumo residencial e empresarial
À medida que as tempestades se intensificam, o consumo de energia em residências e empresas tende a subir. A necessidade de resfriamento em ambientes mais quentes, juntamente com o uso contínuo de eletrodomésticos, contribui para picos de consumo, refletindo diretamente nas faturas de energia.
Outro fator que pode impactar no bolso dos consumidores, mas que não está atrelado ao uso de energia, é no setor alimentício. As lavouras de primeira safra, como milho e soja, devem ser impactadas pelas condições climáticas em todas as regiões. Isso pode trazer aumento nos custos dos alimentos.
Riscos de apagões e quedas de energia
A instabilidade climática causada pelo El Niño também aumenta os riscos de apagões e quedas de energia. As redes elétricas, muitas vezes sobrecarregadas pelas demandas sazonais, podem enfrentar desafios adicionais com as condições climáticas adversas, resultando em interrupções no fornecimento de energia.
Além disso, as chuvas carregadas podem influenciar em alguns alertas ambientais, como a queda de árvores no sistema elétrico. Recentemente, a cidade de São Paulo ficou com mais de 2 milhões de pessoas sem energia por conta de uma tempestade que atingiu o município. Foram mais de 3 dias sem energia em muitos bairros da cidade.
Diante desse cenário, é crucial estarmos cientes dos desafios que o El Niño apresenta ao nosso planeta e a todo o sistema que abastece a população, seja na alimentação ou nas nossas contas de energia.
A busca por soluções sustentáveis e a conscientização sobre o consumo responsável tornam-se cada vez mais necessários em meio a essas flutuações climáticas.
